domingo, 3 de novembro de 2013

Adam & Juliette: Tutatis / Belenos (2013)

Adam e Juliette

Tutatis / Belenos (2013)

Para abrir as postagens de novembro, trago esta banda florianopolitana, formada em abril de 2010.
O nome homenageia a Adam Nikolai Creigwely, explorador e arqueólogo botânico suíço, conhecido por suas expedições a regiões de alta pressão atmosférica à procura dos portões de Undal. Sua mulher, Juliette Lux-Creigwely o acompanhava com o registro de mapas e diários de viagem, sendo também entusiasta das controversas pesquisas sobre a mitologia undalesca.

Sendo assim, é hora de pegar sua barraca e antipsicóticos, pois você vai iniciar uma exploração, uma jornada tripcodélica quando escutar este álbum. Não se sinta inibido a desligar a luz, ou acender apenas aquela luminária colorida. Se você foi injustamente colocado num manicômio, tente fugir mas antes dê um jeito de escutar este som com seus novos companheiros.




"Agora falando sério", Adam e Juliette é uma banda (?) com grande potencial, que tem seu público alvo definido, bem como seu objetivo. Estou torcendo muito por essa galera e espero que tenha a oportunidade de vê-los aqui na minha cidade ou em qualquer lugar.
Seu som traz requintes de rock progressivo, e muita psicodelia, arranjos eletrônicos (ou não) misturados a narrativas que temperam ainda mais o ambiente psicodélico.

Agora trago uma entrevista exclusiva da banda ao nosso portal psicodélico!

* Tá, agora que eu sei quem eram Adam e Juliette, quem são os integrantes/idealizadores da banda?

R: Iniciou-se com o próprio casal Creigwely, há mais anos do que podemos contar, fazendo versões baratas da música tradicional undalesca, para a qual lhes faltavam os instrumentos adequados. Eles faliram, então pouco depois a banda passou pra dois tios do Mariano Rimbowski, pai do Berga Rimbowski que foi quem nos convidou pra entrar. Foi quando o primeiro tio morreu de cirrose que o pai do Berga deixou ele chamar amigos pra banda, e fomos todos nós (Daniel Postal Danilo Mello Gabriel Dutra Julian Brzozowski). A gente entrou como quarteto de sopros, mas começamos a escrever música que era muito melancólica pra eles, então saíram todos e só restou a gente, até hoje.

Inevitável aqui não lembrar da importância dos Rimbowski para a solidificação do grupo enquanto tal. O casal Creigwely enquanto aventureiros mantinham tudo sob extremo controle, com muitas anotações, mapas, diários, notas de rodapé, mas na questão musical, foram os Rimbowski que alçaram o nome dos Creigwely do desconhecido, do anonimato, do ocaso, do ócio, do marasmo, do esquecimento, da amnésia. Os Rimbowski (e isso é uma questão um tanto quanto controversa até hoje), tinham uma rixa muito intensa com os Creigwely, dizem até que eles fizeram um duelo (o Mariano e o Adam Nikolai) para decidir quem ficaria com o direito sobre as músicas; o duelo terminou com o Adam seriamente ferido na contra-costas (o que o instigou a partir para a sua última aventura em busca dos portões de Undal), e o Mariano acabou morrendo semanas depois em decorrência dos ferimentos. Com peso na consciência, Adam Nikolai Creigwely cede os direitos para Berga, resultando no que temos hoje.


* Quais as influências musicais que contribuiram para sonorizar este álbum?
R: O "Kunstwerk im Zeitalter" da Reproduzierbarkeit; qualquer coisa do Reggie Watts (mas qualquer coisa mesmo); Walter Benjamin (principalmente as teses); algum Dave Matthews (principalmente o mais alto e magro); uma pitada de Rancière (mais na questão estética); pouco Skrillex (um ou dois e meio); leve Jamiroquai (com muito peso em certas partes); e o titio Fiódor Dostoiévski (ali pelos Demônios e o Idiota).


* Qual o público alvo e o que vocês esperam desse público?
R: Nosso público alvo são jovens entusiastas, esperamos que nos entusiasmem, assim como nos entusiasmam aqueles que se demonstram entusiasmados; mas também buscamos pescar das profundezas do cenário musical pessoas que até então não tiveram a oportunidade de ouvir algo que realmente as fizesse pensar, questionar, traze-las para uma realidade onde as possibilidades são ilimitadas, e não apenas 4/4.


* Além de Floripa (certo?) onde mais vocês costumam tocar, onde fazem seu circuito de shows?
R: Certo; certo; certo; certo. Itajaí; quiçá Sapiranga; L.A. é uma boa pedida, mas nada garantido; temos previsão de alcançar a lua, e fazer o primeiro show quando inaugurarem as habitações de colonização em Marte.

* O que vocês pensam sobre disponibilizar material fonográfico grátis na internet?
R: Achamos que é o único modo civilizado de se compartilhar música no mundo moderno, já que os louros do sucesso levando em conta outros métodos (CD) visam apenas enriquecer a já naufragada indústria fonográfica.

* Vocês acreditam na industria musical, ao dizer que a internet inibe a tiragem de vendas de albuns? (desculpem-me se direcionei a pergunta).
R: A compra de CDs, até que os anos passem para lhe permitir seu próprio apelo retrô, morreu, no sentido de: não mais vive. Não mais pode o pobre artista esperar receber seus anteriores 0,037% referentes à venda de seu disco no cestinho de 3 por 5 da Multisom do Iguatemi. Os tempos mudaram: temos carros voadores, robôs-empregada-doméstica e torrent. E achamos que disponibilizar o material fonográfico grátis na internet é o único modo civilizado de se compartilhar música no mundo moderno.

* O que vocês almejam p/ os meses seguintes, já tem algum álbum ou projeto em construção?
Resp: Almejamos o mundo, e isso é verdade. Concordo em grau, número e gênero, acrescentando lua e Marte.

* Manda um recado p/ o pessoal de Maceió e Brasil, aproveita e deixa sua contribuição, faz um pedido de álbum / música pra recomendar pra gente, um bem massa!
R: BJJJJJJJJ MACEEEEOOOOOOOOOOOOO PEDIMO "Kiss from a Rose", do Seal, mashupzado com o Boléro de Ravel.
Caramba, cacei tudo na internet e não achei esse mash-up. Desculpaê gente, mas seu "X-bacon vai sair sem queijo". Ponho esta animação interessante pra vocês curtirem a pedida da AJ.


Baixar em alta qualidade: http://goo.gl/N2Y0wj (ligação provida pela banda)
Página dos loucos: http://adamejuliette.com/
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